Salamandra
Meu útero não é um receptáculo
É um túmulo
Um sarcófago que expele a vida
No sangue espesso que escorre pelo ralo
Desperdício de sementes
Para findar a existência
Eu gesto serpentes que rastejam
Deixando um rastro de fogo
que incendeia meu corpo
por dentro
Labaredas lambem meu queixo
Mas não sou reduzida a cinzas
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