II
Meu rosto não tem passado
Meu corpo não tem mais sombra
O sangue secou dentro das minhas veias
Nessas mesmas veias que um dia o veneno ácido correu livremente
Não me reconheço em fotos
Parece que nunca sorri sorrisos
Esqueci das minhas histórias
Escolhi não lembrar das suas
Não carrego uma coroa de espinhos
Mas sim de flores
Com cheiros que se misturam
E acobertam o cheiro azedo do meu corpo
Hoje minha pele é fina como papel
Vejo os pontos pretos dos insetos que me percorrem
Me habitam e me sugam
Me transforam em terra
Que há de ser pisada por gigantes
Este poema faz parte da série Marginália com poemas de Michelle Henriques e fotografias de @_cpl593h. Leia o Poema I
Comentários