Censura. Substantivo feminino. Ação ou efeito de censurar. Análise, feita por censor, de trabalhos artísticos, informativos, etc., geralmente com base em critérios morais ou políticos, para julgar a conveniência de sua liberação à exibição pública, publicação ou divulgação.

Assim, partindo da definição do dicionário, a censura é o ato de julgar o que pode ou não ser dito ou visto.

A censura, sob quaisquer aspecto é um exercício torpe. Ela tolhe expressões que são válidas conforme critérios que não nos pertencem.

A censura, ao coibir aquilo que lhe é crítico ou contrário, sangra a exteriorização dos momentos históricos.

A censura deixa marcas visíveis e invisíveis na sociedade, porque ela também traz consigo a auto-censura, o medo, o pré-julgamento do que pode ser produzido coletivamente.

A censura inventa cenários impossíveis e faz com que as mentiras muitas vezes ditas se tornem verdades absolutas. Exemplo claro disso é afirmar que nossos mortos e desaparecidos durante a ditadura civil-militar eram terroristas e, com certeza, fizeram alguma coisa errada para serem presos, que não havia corrupção neste período, que não havia violência, etc. Todas frases relacionadas àquilo que era permitido mostrar e como isso ainda está internalizado no discurso do brasileiro médio nos dias atuais.

Porém, o que o censor nunca espera é que os limites impostos faz com que as pessoas ultrapassem barreiras, se reinventem, criem formas de manifestar e driblar todo o juízo de valor que fazem de nossas falas, nossos gestos, nossos corpos.

Todo governo autoritário se utiliza do controle do pensamento e da arte para construir uma narrativa que lhe convém.

É por isso que nós, do Não Lugar, nos colocamos frente a este processo e, como forma de denúncia e resistência, expomos aqui as provas do garrote da opressão que esse desgoverno tem infligido à sociedade.